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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A entrevista de Jesus (Parte VII) - JESUS E AS MULHERES NA SUA PEREGRINAÇÃO

DR ERIVELTON LAGO - O ADVOGADO QUE ENTREVISTOU JESUS CRISTO NA NOITE QUE ANTECEDEU A SUA PRISÃO E SUA MORTE - PARTE (VII)



Advogado Erivelton: Nessa peregrinação como vocês se alimentavam? Onde arranjavam dinheiro para comprar as coisas?
JESUS: Nós vivíamos sem nos preocuparmos com o dia seguinte, dormíamos sob as estrelas, comíamos o que nossas mãos alcançavam nas árvores ou aquilo que outras mãos nos ofereciam. Sempre passava um homem ou uma mulher que nos dava um pão ou uma moeda. Quando uma questão nos era apresentada, eu me isolava atrás de uma figueira ou de um rochedo e descia dentro de mim...descia no poço do meu corpo e da minha alma e de lá voltava sempre com uma resposta. Eu tinha virado as cartas do mundo. Eu via o jogo ao contrário. Os homens jogavam mal: pensando que deviam ganhar, eles derrubavam as cartas más: A força. O poder. O dinheiro. Eu só amava os excluídos desse jogo cruel e estúpido.
Advogado Erivelton: Por falar em excluídos, como era a sua relação com os pobres? Os aleijados? Os miseráveis?
JESUS: Os pobres se tornaram meus irmãos, meu ideal. Eles não procuram pôr-se ao abrigo da necessidade, pois isso seria pôr-se ao abrigo da vida, não, eles amam tanto a vida que confiam nela, eles se entregam a ela. E, como já falei a você sobre a minha vida de peregrino, sempre passará um homem e jogará uma moeda ou um pedaço de pão. Essa confiança é a adoração.
Advogado Erivelton: Os seus apóstolos pensam assim?
JESUS: Olha, André, Simão e Eu nos tornamos assim pobres errantes que recebiam esmolas e distribuíam o excedente na hora seguinte. Pois nós considerávamos que só nos pertencia a parte que bastava para nossas necessidades; o resto é luxo; nós não tínhamos nenhum direito a ele.
Advogado Erivelton: vocês eram realmente felizes nessa vida de peregrino?
JESUS: Depende do que você chama de felicidade, se o prazer, se a utilidade, se a bondade, se a boa vontade, se a liberdade. Contudo digo a você que havia tanta alegria naquilo que fazíamos que, naturalmente, atraímos outros jovens e nosso grupo aumentou. Para grande escândalo de alguns de alguns entre nós, eu me dirigia muito às mulheres e desejava que elas nos seguissem. Pois eu havia descoberto, ao descer no poço do amor, que as virtudes que Deus me dava para me guiar eram somente virtudes femininas
Advogado Erivelton: A sua sociedade era essencialmente machista. Você, de algum modo, trata as mulheres com muito carinho e até as protege da fúria dos homens. Por que isso? Elas têm alguma bondade especial?
JESUS: Sim, meu próprio pai me falava como uma mãe. Ele me indicava essas heroínas anônimas, aquelas que O realizavam, todas essas doadoras de amor, aquelas que banham os carnes frágeis das crianças, acalmam os gritos, enchem as bocas, dão conforto, colo, servem, socorrem, limpam, dão prazer, são as humildes das humildes, guerreiras do cotidiano, rainhas da atenção, imperatrizes da ternura e curam nossos ferimentos e nossas aflições.
Advogado Erivelton: Então elas são bem diferentes dos homens?
JESUS: Verdade, os homens guardam as portas da sociedade que engendra mortos e desenvolve o ódio. As mulheres guardam as portas da natureza, que fabrica a vida e exige o amor. Mas meus discípulos, como verdadeiros machos da terra de Israel, tinham dificuldade para aceitar que as mulheres praticassem espontaneamente aquilo que lhes custava tantas penas
Advogado Erivelton: os seus discípulos aceitavam as mulheres no grupo de vocês?
JESUS: É como estou lhe dizendo, eles aceitavam as mulheres com uma certa desconfiança. Acho que o problema maior estava neles...Nos seus desejos. Eles tinham medo das mulheres e medo deles mesmos em relação a elas.
Advogado Erivelton: Entendi. Então o que o diferencia deles é que diante das mulheres você via o homem universal. Você via o amor que nos iguala, é isso?
JESUSÉ isso mesmo. O que existe é o homem criatura de Deus. Diante de uma pessoa eu vejo toda a carga de sua vida, vejo suas dores, gritadas ou caladas, suas esperanças, tudo isso que marca, anima e vivifica os traços. Muitas vezes diante de um homem, vejo ainda mais que um homem, eu vejo a criança atrás e o velho adiante, todo um caminho de vida. Nada pode ser comparado à inocência feliz dos primeiros meses.
Advogado Erivelton: Vocês têm uma filosofia de vida um tanto diferente diante de uma sociedade conservadora. Como vocês lidavam com isso?
JESUS: Na verdade nós inventávamos uma nova maneira de viver. Nós abolíamos a desconfiança, a suspeita. Nós só podíamos receber ou dar. Nós éramos livres.
Advogado Erivelton: Os poderosos e o Sinédrio, por exemplo, temiam vocês?
JESUS: Aos olhos dos poderosos, nós éramos fracos. Eles nos deixavam em paz, naquele contexto, nós não contávamos. Contudo, eles se enganavam: Sozinhos, nós só podíamos nos isolar do mundo; reunidos, nós poderíamos transformá-lo. Nós continuávamos a percorrer as estradas, em busca da riqueza que dinheiro algum pode dar, quando nossos passos nos levaram a Nazaré. Em relação ao Sinédrio, no começo eles não ligavam para nós, depois começaram a nos hostilizar
Advogado Erivelton: Vocês seguiram para Nazaré, como foi a chegada de vocês lá? Foram bem recebidos? Seus irmãos sua família acolheram você e seus amigos sem restrições?

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